15/09/2018

You are my destiny: Capítulo 3 - Don't leave me

ATENÇÃO:
nesse capítulo escrevi uma cena que relata suicídio.
por se tratar de um assunto delicado e que pode ser gatilho resolvi avisar aqui, o.k?
vai ter uma nota indicando quando começa, se você quiser pular basta apertar " ctrl+f " no seu teclado, digitar " > " e pronto. 
boa leitura


❝Deitada no chão quando eu entrei, eu te puxo para sentir seu coração bater. Você pode me ouvir gritando: Por favor não me deixe?❞
— Chord Overstreet

          Uma hora havia se passado e Joseph continuava do mesmo jeito, sentado na cadeira e encarrando o envelope da carta que o pai havia lhe deixado. Ele não conseguia entender o sentido de tudo aquilo! Zara havia ido embora depois de ficar um pouco com ele, mas Mike ainda não havia arredado o pé e por isso, Joy também estava lá. Depois de ver o pai abalado daquele jeito, ela nem arriscou fazer nenhuma pergunta! Não que ele fosse gritar, ele nunca faria aquilo com ela, mas parecia ser um assunto difícil e a garota preferiu seguir o concelho de Julie. Joe se mexeu, ele esticou o braço para alcançar o celular no bolso e discou um número. Alguns segundos se passaram até que Julie atendesse e antes mesmo dela dizer "Alô", Joseph lhe perguntou:

— Porque não avisou que ela estava aqui?
— Eu pensei que seria melhor avisar depois de ler. Você adiou essa leitura por tanto tempo que pensei: "Talvez ele concorde em recebê-la depois que ouvir o nome dela no testamento." Mas não fazia ideia de que guardava tanta mágoa dela! Você não parece o tipo de homem capaz de odiar alguém tanto assim.
— Algumas coisas são mais difíceis de superar que outras. — Eles ficaram em silêncio durante um tempo. — Enfim, eu só liguei para saber sobre isso e também para me desculpar. Eu acho que me exaltei um pouco! Me desculpe. 
— Tudo bem, querido. Qualquer coisa é só me ligar!
— Obrigado. — Ele despediu-se e desligou. 

— Joseph? — Mike o chamou e ele guardou o aparelho no bolso antes de olhar o amigo. — Podemos conversar? 
— Claro! — Joe levantou-se. — Querida, importa-se de ficar sozinha aqui por um instante?
—Papai, eu tenho 13 anos! — Joy resmungou e ele riu baixo. — Pode ir. — Ela fez um gesto e recebeu um beijo na testa antes que ele saísse. 

          O vento frio bateu violento no rosto de Joseph e ele colocou o capuz da blusa de frio que usava. Mike sentou-se no balanço da varanda e esperou pacientemente que Joe fizesse o mesmo, ele estava preocupado com o amigo. Quando Demi partiu sem qualquer explicação, Mike o viu se afundar em uma tristeza tão profunda que foi difícil arrancar algo dele! E agora que Demi estava de volta, ele temia que acontecesse o mesmo já que havia algo pendente entre eles. 

— Eu sei que exagerei. — Joseph cruzou os braços. — Vá em frente e diga que agi como um idiota!
— Não vou dizer algo que você já sabe. — Mike disse sério e Joe olhou para ele. — Somos amigos desde crianças e você nunca mentiu para mim certo? — Ele assentiu. — Então me diga, você agiu daquele jeito por ainda sentir algo por ela? 
— Eu não sinto mais nada por ela. Sabe quanto tempo se passou? Não sei de onde você tirou isso. 
— Então de onde vem tanto ódio? Achei que já tivesse enfrentado isso. — Joseph suspirou. 
— Não era um bom momento para ela aparecer, ainda mais agora que meu pai morreu e saber que ele é o motivo dela estar aqui não ajuda! Sinceramente, ele achava que ela voltaria e que seriamos uma família feliz de novo? Eu soube no dia que olhei ela de verdade pela primeira vez que nós nunca seriamos uma família feliz! Por um tempo eu desejei que fossemos, mas quando senti meu coração bater mais forte por ela, desejei que tudo tivesse um fim e que eu fosse livre para ama-la do jeito que queria. E sabe o que aconteceu depois? Ela tentou se matar. — Joseph sentiu o nó na garganta e fechou os olhos tentando não chorar. Ele havia trancado as lembranças daquele dia bem fundo em sua mente, mas lá estavam elas de novo! O mais assustador disso tudo era sentir que ainda machucava. — E eu me senti tão culpado por aquilo. Nós éramos amigos, quase irmãos por assim dizer e ela tinha todo meu amor! Como ela estava pensando em fazer algo tão terrível e eu não sabia? Demetria foi embora e me deixou sem respostas, eu nunca soube e nunca pude dizer sobre meus sentimentos. — Mike tocou o ombro dele demonstrando apoio. — E pelo que ela leu na carta, meu pai sabia de tudo! Como ele sabia e eu não? Demi esteve comigo durante anos como um fantasma na minha cabeça e ele nunca me disse nada! Foi difícil esquece-la, mas eu consegui e agora ela volta trazendo com ela tudo aquilo de ruim de volta. Acha isso justo?
— Não acho que seja justo, mas também acho que ela tem um lado dessa história para contar e que devemos ouvir. — Mike disse pensativo. — Vai ser difícil, muito difícil! Você não foi o único que ficou sem respostas, nós éramos todos muito amigos e creio que devemos ter maturidade o suficiente para não brigarmos entre nós por isso. 
— Tarde demais já briguei. — Joe riu sem vontade. — E não vou voltar atrás. — Ele cruzou os braços. — Ariana ficou tão abalada quanto eu e a primeira coisa que fez foi correr para ela como se nada tivesse acontecido! Kehlani também. Hayley nem tanto, ela conheceu muito pouco da Demetria. 

— Cada um de nós teve uma reação e os outros também terão, vamos aguardar. — Mike suspirou e levantou-se. — Só nos resta esperar e ver onde tudo isso vai nos levar. 
— Como acha que Camila vai reagir?
— Eu não sei, mas vou conversar com ela no almoço. — Ele deu de ombros e Joe assentiu. - Preciso ir. 
— Pode ir, eu vou ficar bem. — Mike o encarrou sabendo que aquelas palavras eram da boca para fora e Joe logo desviou o olhar dele. 
— Pensa direitinho. Tá bom? E não brigue com mais ninguém, sei que vai se arrepender e não quero ver você aos pedaços. — Joseph assentiu e Mike saiu para chamar Joy. 

— Ei, já vamos? — A garota arqueou uma das sobrancelhas e Mike assentiu. — Achei que ficaríamos mais um pouco. — Ela fez uma careta e se aproximou de Joe. 
— Sinto muito, anjo. — Ele colocou uma das mechas de cabelo da filha atrás da orelha dela e sorriu fraco. — Papai tem muitas coisas para pensar e não quer entediar você. Está bem? Eu prometo que esse final de semana vamos nos divertir bastante! Combinado? — Joe estendeu o dedo mindinho para ela. 
— Combinado! — Ela entrelaçou o dedo ao dele e sorriu. — Mas o senhor tem certeza de que vai ficar bem? 
— Sim, eu vou. 
— O.k., mais tarde te ligo. — Joy despediu-se dele com um abraço. — Eu te amo. 
— Também te amo, querida. — Ele recebeu um beijo na bochecha e dali mesmo observou-a partir com Mike. 

          Esfriou ainda mais e Joseph pensou em entrar, mas não conseguiu. Seus pensamentos o prenderam ali de uma forma inexplicável! "Estava frio naquele dia." Ele ouviu mentalmente sua própria voz e sentiu arrepios pelo corpo, conhecia bem aquela sensação. Medo. As batidas de seu coração aos poucos foram ficando mais aceleradas e ele fechou os olhos respirando fundo. Desespero. Antes mesmo que ele pudesse se dar conta estava chorando novamente e aquela era a primeira vez em tantos anos que ele revivia o que julgou ser o "pior dia de toda sua vida."


[começa agora a parte que mencionei nas notas iniciais]


          A escola não ficava longe de casa, era no máximo dez minutos de distância mas naquele dia Joseph completou o percurso em cinco! Demetria estava estranha, mas não foi isso que o fez voltar correndo para casa. O modo como Demi despediu-se dele dizendo: "Adeus." fez com que algo o incomodasse tanto, mais tanto que ele sentiu que havia algo de errado e se deu conta disso quando entrou em casa. O silêncio que estava lá dentro era gritante! Joe adentrou, o piso de madeira rangeu enquanto ele caminhava e procurava por ela.

— Demi? — Chamou enquanto procurava. — Sou eu, Joseph. Voltei para ver como você está! Tudo bem? — Ele subiu as escadas rapidamente e foi direto para o quarto, mas não havia ninguém lá! Será que ela havia saído de casa? — Demi? — Chamou mais uma vez e voltou para o corredor. Ouviu um suspiro baixo e se aproximou da porta do banheiro, ele pegou na maçaneta e girou, mas estava trancada. — Demi, você está ai? — Ele colocou o ouvido na porta e não ouviu nada, mas por algum motivo todos os seus sentidos entraram em alerta máximo. Joseph se afastou e usou toda sua força de modo que conseguisse arrombar aquela porta! Foram duas tentativas até que na terceira ele conseguiu e lá estava ela.

          Demetria estava caída no chão, ela ainda segurava o objeto cortante em mãos e seus pulsos sangravam abundantemente. Ela estava pálida, os lábios arroxeados e havia lágrimas escorrendo por suas bochechas! Joseph jogou-se no chão, tomou-a nos braços e gritou alto:

— PRECISAMOS DE AJUDA! — As lágrimas inundaram seu rosto e ele tentou conter o sangramento de ambos os pulsos. — Por favor, não faz isso comigo. Não me deixa! Eu preciso de você. — Joe disse com a voz falha. — Fica comigo, Demi. Por favor... fica... — Ele ouviu passos apressados na escada, mas não desviou os olhos dela. 
— Santo Deus! Joseph? — Era Paul. — O que aconteceu? — Foi como se ninguém tivesse falado nada, pois Joe não desviou os olhos dela para ele. — Precisamos de uma ambulância no endereço... — Paul se aproximou enquanto falava ao telefone, ele pressionou dois dedos no pescoço de Demi e sentiu os batimentos da garota. — Tentativa de suicídio. Ela ainda está viva, por favor... Rápido! — Ele desligou. — Filho? Fala comigo.

— Por favor, não morra... — Joseph tremia enquanto segurava os pulsos de uma Demi completamente desacordada! Ele nem mesmo sentiu Paul lhe apertar um dos ombros. — Eu te amo.

>

          Joseph despertou das lembranças depois de ouvir o barulho dos animais vindo do celeiro, precisava cuidar deles e alimentá-los. Secou as lágrimas rapidamente e não deixou de xingar-se mentalmente por ainda se importar! Fechou os punhos com raiva e levantou-se adentrando dentro de casa para pegar suas botas. Joe passou pela cozinha, o envelope de carta escrito seu nome estava no mesmo lugar onde havia deixado, mas ele o ignorou e pegou apenas o celular para verificar as mensagens.

  

imagens maiores aqui - I.II.III

          O aparelho voou do outro lado da sala e Joseph xingou-se mentalmente por quebrar um dos quadros que estava pendurado na parede! "Não deveria ter pego aquele celular." Pensei e bufou recolhendo o aparelho que estava em pedaços. "Agora isso não vai ser um problema." Riu sem vontade e ouviu o telefone tocar, provavelmente era Sophie. Ele deveria atender, mas ignorou o barulho e foi atrás de uma vassoura para varrer os cacos de vidro do chão da sala. 

****


          Demetria seguiu em silêncio dentro do carro enquanto Hayley dirigia, Kehlani estava sentada no banco do passageiro digitando sem parar no celular e algo lhe dizia que coisa boa não era! Ariana ao seu lado também estava com o celular em mãos, mas parecia apenas ler conversas em um grupo e logo depois estava falando com alguém no privado. Demi não sentiu curiosidade ou vontade de perguntar quem era, ela ainda não se sentia no direito de fazer perguntas pessoais e por isso apenas encostou sua cabeça no ombro da amiga e fechou os olhos. 

— Ei, está acordada? — Ariana chamou por ela e recebeu um aceno de cabeça como resposta. — Niall já sabe sobre você quer muito te ver. 
— Niall? — Demi levantou-se e olhou para Ariana surpresa. 
— Sim, ele acabou de me dizer isso. 
— Eu não acho que seja uma boa ideia. — Ela suspirou. — Ele vai me fazer muitas perguntas e talvez não seja o momento para respondê-las. 

— Quanto tempo mais você quer esperar? — Hayley perguntou em seu tom de voz neutro e isso deixou Demetria bastante pensativa. Ela podia jurar que havia perdido tudo, mas agora tinha pessoas ao lado delas e eles mereciam motivos para ficar!
— Amanhã. 
— Amanhã?
— Preciso me recompor. 
— Tem certeza? Se fugir outra vez... 

— Eu não vou fugir! Vocês precisam confiar em mim. — Kehlani guardou o celular e virou-se para trás sorrindo para ela. 
— Eu confio ou não estaria do seu lado nessa. — A morena trocou um olhar cúmplice com Ariana e as duas assentiram.

— Pode ser na minha casa. Que tal um almoço? — Ariana sugeriu. 
— Eu não quero atrapalhar seu trabalho. 
— Ah meu amor, eu sou a chefe e posso me dar uma folga quando quiser! — Elas riram. — Almoço?
— Almoço. — Hayley e Kehlani disseram em uníssono. 
— Ótimo! Vou avisar o Niall. — Ariana pegou o celular novamente e abriu o aplicativo de mensagens. — Ah, Demi... ele vai ficar tão feliz. 
— Assim espero. — Demi sorriu fraco e encostou sua cabeça novamente no ombro da amiga. 

          Em determinado momento Demetria conseguiu ver o plano de fundo no celular de Ariana e se tratava de uma foto em grupo de todos eles juntos! Parecia recente e Joe sorria alegremente segurando uma vara de pescar, eles estavam acampando. Pensar nele fazia seu coração apertar! Antes mesmo de sua vida desmoronar, ela se pegava pensando nele e no homem que ele havia se tornado. Ouvir Paul falar dele aquecia seu coração, pois fazia com que ela acreditasse que o Joseph doce e gentil seria sempre aquele de quem se lembraria para sempre! Mas agora só conseguia lembrar do olhar frio dele, das palavras de ódio e de como doeu ser chutada daquela casa como lixo. Será que Paul havia errado em querer que ela voltasse? Joseph havia deixado claro que não precisava dela e ficar ali sabendo que seria desprezada por ele seria um verdadeiro inferno! Demi suspirou pesadamente e fechou os olhos tentando focar seus pensamentos em algo que pudesse acalma-la.


          Demetria tirou uma das mechas de cabelo cacheado que insistia em cair bem na sua frente e prendeu rapidamente atrás da orelha, não queria parecer desajeitada no primeiro encontro. Atrair atenção de garotos nunca foi um problema, mas Demi tinha uma quedinha por um garoto em particular e ele havia convidado ela para sair! Isso foi o suficiente para que deixasse as preocupações de lado e pensasse em se divertir um pouco. Ela estava linda em sua peculiar mistura de vestido florido e all star amarelo! 

— Uau. — Joseph exclamou e isso atraiu o olhar dela sobre si. 
— Ei, você voltou cedo hoje. — Joe trabalhava em uma cafeteria anexada juntamente com uma livraria e dependendo do movimento ele ficava até tarde trabalhando. 
— E perder o primeiro encontro da minha "irmãzinha"? — Ele sorriu e sentou-se ao lado dela. 
— Não seja bobo! Esse não é meu primeiro encontro da vida toda é apenas... meu primeiro encontro em Lewisville. — Ela deu de ombros como se não fosse assim tão importante, mas Joe sabia que era e por isso ele estava ali. 

— Você está linda! — Demi sorriu e olhou para ele. Olhar para Joseph lhe transmitia paz, ele era capaz de expressar com aquele gesto de que estava ali para apoiá-la e isso era mais do que ela pensava em ter durante sua vida ali  
— Obrigada. — Ela agradeceu. — Espero não ter exagerado, não quero que ele pense que estou desesperada! — Demi segurou uma das mãos de Joe. 
— Ele seria um idiota de pensar isso de você. — Joseph entrelaçou seus dedos aos dela. 
— Acho que estou muito nervosa. 
— Relaxa, não tem como dar errado! —  Ambos sorriram e continuaram ali esperando. 

          Joseph realmente achava que não tinha como dar errado, mas o garoto não apareceu e Demetria ficou devastada. Nos primeiros quinze minutos de atraso ela não demonstrou muita preocupação, mas depois de uma hora... ela já estava chorando no ombro de Joe! Ele sentia tanta raiva do garoto que se ele aparecesse, provavelmente ganharia uns tapas. 

— Não fica assim, Demz. — Joe disse tentando ajeitar os cabelos que ela bagunçou por pura raiva!
— Sabe quanto tempo eu fiquei fazendo cachos no meu cabelo? Uma hora! Eu fiquei uma hora arrumando só o meu cabelo pra nada. Sabe como eu me sinto agora? Um lixo!
— Não diga besteiras. Ele que perdeu você e não o contrário! Eu não entendo o que uma garota como você viu em um cara como ele. — Demi fungou e secou as lágrimas. 

— Como assim?
— Vocês garotas sempre escolhem algum idiota ao invés de buscar por alguém que nunca seja capaz de maltratá-las. 
— Ah sim, claro. É muito fácil saber disso! —Ela disse com ironia. 
— Você só precisa olhar para frente. — Demi desviou o olhar dele e encarrou a rua deserta. 
— Eu não vejo nada. — Joe riu baixo ao lado dela e recebeu um tapa no braço. 

— Ai!
— Isso é por rir da minha desgraça. 
— Eu não estou rindo, apenas... — Joe suspirou. — Deixa quieto. — Ele se levantou. — Venha, vamos. — Disse estendendo uma das mãos para ela. 
— Onde?
— Não está tão tarde para uma caminhada no parque.

— Joseph, eu... 
— Ainda está em tempo de ter um encontro com um dos garotos mais bonitos da cidade. — Joe deu uma piscadinha bem desajeitada e Demi acabou rindo, ele sempre conseguia causar isso nela quando queria.  
— Tudo bem, eu só preciso lavar meu rosto. — Ela segurou na mão dele e foi puxada para cima. — Me espera aqui? 
E eu seria capaz de não esperar por você? Só um idiota não esperaria e eu não sou um idiota! — Demi suspirou, segurou o rosto dele e lhe deu um beijo demorado na bochecha. Ao afastar-se ela viu as bochechas dele ficarem vermelhas e adentrou em casa rindo deixando um Joseph completamente imóvel para trás. 

— Ei, Demi! — Demetria despertou das lembranças tendo Ariana passando uma das mãos na frente dela. 
— Sim?
— Nós chegamos. — Através da janela ela encarrou o prédio simples da pensão e assentiu. 
— Ah, sim... — Ela retirou o cinto de segurança e encarrou o olhar esperançoso das amigas. — Obrigada por tudo! Vejo vocês amanhã. — Demi despediu-se de cada uma delas com um beijo e desceu. O carro partiu e ela acenou sorrindo fraco, parte dela ainda não acreditava que tinha suas amigas de volta! Mas será que conseguiria Joe? Pensou e suspirou. Ele parecia estar longe de ser alcançado!


MAIS TARDE NAQUELE DIA
CASA DA SOPHIE, 21:40

          Joy esperou pacientemente que o dia passasse, mas não conseguia se conter em olhar o relógio de casa e ver que ainda nem passava das 22:00 horas! O barulho da porta sendo aberta fez a garota sobressaltar de susto no sofá e ela olhou rapidamente para ver quem era, ficar sozinha em casa era algo comum mas os sustos eram constantes. Mesmo em uma cidade pequena coisas ruins acontecem e todo cuidado é pouco! Ver Sophie  passar pela porta fez o coração dela se acalmar. 

— A senhora chegou cedo hoje. — Joy comentou indo ao encontro da mãe para abraça-la. — Tudo bem?
— Ah filha, seu pai foi impossível hoje! — Sophie beijou-lhe a testa e suspirou pesadamente partindo o abraço. 
— Imagino que sim. — Ela comentou pensando na briga toda que aconteceu por causa do testamento. — Ele te contou o que aconteceu? 
— Não precisou, eu li no whats app e imagino que teve muita confusão por lá. — Sophie pendurou o casaco, tirou os sapatos e caminhou pelo corredor até chegar na cozinha. — Você jantou direitinho?
— Sim, jantei. — Joy sentou-se na bancada e observou Sophie pegar uma xícara para tomar café. 
— Ótimo!

— Mamãe, quem é Demetria Torres? — A menção do nome fez Sophie parar por um momento o que estava fazendo e suspirou pesadamente, ela raramente ficava afetada ao falar de alguém. 
— Demi é uma amiga muito antiga do seu pai. 
— Amiga? Ele parecia estar uma fera! Perguntei para Tia Julie sobre ela, mas ela me disse que deveria te perguntar e tudo mais. O que essa Demi fez de tão terrível assim?
— Como posso dizer isso? — Sophie pensou em voz alta. — Você já é uma moça crescida, então posso contar os fatos sem censura. Certo? — Joy assentiu apreensiva. — Seu avô namorou com uma mulher e ela tinha uma filha, essa garota era Demetria. Ela e seu pai conviveram como irmãos durante alguns anos, lembro-me que logo quando Demi se mudou ela e seu pai não se deram bem. Com o passar do tempo eles se tornaram amigos, mas eles não eram o tipo de amigos comuns! Eu me lembro de vê-los juntos de longe na escola e o jeito que se olhavam era como se pudessem ver através um do outro, eles eram inseparáveis. — A loira fez uma pausa e deu um gole no café. — Seu pai se apaixonou por ela. — Uma segunda pausa para outro gole de café e Joy olhou para ela com os olhos arregalados. — Acontece que ele nunca disse nada e nem teve oportunidade de dizer, pois Demi tentou se matar. Depois disso ninguém nunca mais ouviu falar dela! Um dia ela estava no hospital e no outro havia sumido. 

— Ela foi embora?
— A história que circulou na cidade foi que Dianna sentiu vergonha da filha e levou ela embora. 
— Deve ter sido difícil.
— Seu pai ficou devastado! Joseph sempre foi muito intenso em relação aos sentimentos, ele nunca soube sentir pouco e creio que tenha amado Demi de coração de modo que nunca mais conseguiu amar ninguém como amou ela. — Havia um leve toque de tristeza na voz dela. — Ele fez tratamento psicológico por muito tempo para conseguir superar esse acontecimento. 

— Ele viu acontecer?
— Ele encontrou Demi desacordada em casa. 
— Coitado do papai. 

— Seu pai se descontrolou muito por lá? —Sophie perguntou. — Eu liguei e insisti tanto que ele acabou atendendo, mas não me contou muita coisa. 
— Muito! Eu nunca o vi tão bravo com alguém, espero nunca fazer por merecer que ele fique daquele jeito comigo. — Sophie suspirou. Aquela preocupação estava lhe consumindo! — Acha que as coisas vão ficar estranhas por muito tempo?
— Honestamente? — Joy assentiu. — Sim, vai ser estranho por um tempo. Principalmente entre ele e o pessoal!
— É eu percebi que eles ficaram divididos. — A garota comentou e bocejou logo depois. 

— É melhor você ir descansar. — Sophie sorriu fraco. — Podemos conversar melhor amanhã. O.k.? 
— Eu vou, mas e a senhora? 
— Já estou indo, vou apenas lavar minha xícara e assim que terminar, subir para tomar um banho. 
— O.k. — Joy aproximou-se da mãe.  —Boa noite, mamãe. 
— Boa noite, querida. — Sophie beijou o topo da cabeça da filha e observou-a caminhar em direção as escadas. 

          Sophie fez exatamente como disse para Joy, lavou sua xícara e subiu para tomar banho. A loira tentou relaxar e não pensar tanto na situação de Joe, mas foi impossível! Ela o conheceu justamente na época que Demi havia ido embora, então conhecia bem o coração frágil dele. Ela vestiu o pijama, penteou os cabelos e passou um hidratante no rosto enquanto pensava na última vontade do ex-sogro. Paul era um homem muito sábio, ele não faria isso sem um propósito! Suspirou pesadamente, estava cansada e precisava dormir um pouco. Ao levantar-se da penteadeira o celular tocou no criado mudo e rapidamente ela o pegou para ver quem estava ligando, era Camila. 

— Oi Mila. — Ela atendeu o celular cumprimentando Camila, elas eram melhores amigas. Inclusive engravidaram na mesma época!
— Oi Soph, tudo bem?
— Eu estou bem, apenas cansada do trabalho. — Sophie sentou-se na cama. — E você, como está?

— Mike chegou agora pouco e me contou que Demi realmente voltou. Você acredita nisso?
— Sim, Joe me contou depois de muito insistir e sinceramente não consigo entender. 
— Eu também não. — Camila suspirou. — Que loucura, né? Mike está puto pela briga que rolou no whats app. 
— Eu vi e achei bem pesado. 
— O que poderíamos esperar da Kehlani? Ela sempre foi barraqueira!
— Sim, mas pelos motivos certos. — Sophie riu baixo tendo um vislumbre de Kehlani anos atrás no ensino médio, ela era o tipo de amiga que entrava numa briga para te defender mesmo que você estivesse errada. 
— Infelizmente não dessa vez.

— Eu queria muito ter passado na casa do Joe para ver como ele está, mas já fui ontem e sinto que ele precisa de espaço. 
— Você precisa largar ele um pouco e sabe muito bem onde quero chegar, não sabe?
— É o pai da minha filha, Mila. Não posso simplesmente largar de mão! Eu não quero ele passe esse estreasse todo pra Joy. 
— Sabe que ele não vai passar. Joseph é um pai maravilhoso! Você precisa parar de arrumar uma desculpa para não seguir em frente. — Sophie suspirou. 
— Achei que estávamos falando da Demi. 
— Ela se encaixa perfeitamente nesse assunto, amiga. Acha mesmo que se o Joe tivesse enterrado ela no passado ele teria surtado do jeito que surtou? Claro que não! Eu disse pro Mike que isso tudo, bem lá no fundo, é amor. 
— Você acha mesmo isso?
— Sim, mas não acho que ele vai admitir isso tão facilmente para ela. Até lá é guerra!

— Paul escolheu um momento e tanto para querer ela aqui. 
— Acho que ele conhecia o Joe muito bem e não pediria que ela voltasse sem um bom motivo. Ele deixou uma casa para ela!
— A casa onde eles moraram juntos como uma família, ele me contou isso. 
— Tem um significado, né? Ou será que estamos criando teorias da conspiração? — Camila riu baixo. 

— Acho que só o tempo será capaz de nos dar essas respostas. 


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boa noite meninas, tudo bem? muitas emoções para um capítulo só!
demorei por causa do bloqueio, mas consegui e aqui estou. o que acharam? espero de coração que tenham gostado. 
respostas aqui | estou orgulhosa por ter tido tempo de responder essa vez!
enfim, chegamos ao fim :( mas volto em breve com mais um capítulo lindo pra vocês.
beijos

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6 comentários:

  1. Aí MDS, tô nervosa com essa fic!! Posta mais, tá maravilhosa ❤️

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    1. se segura, tem fortes emoções vindo ai!
      postarei sim. fico feliz que esteja gostando ❤

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  2. OMG eu sabia que tinha acontecido algo mas não imaginava isso, eu entendo o Joe mas não concordo com a forma que ele agiu, tudo bem que ele era apaixonado por ela e encontrou ela depois da tentativa de suicídio e ela sumiu do mapa no dia seguinte, na minha opinião ele sente mágoa pelo que ele não disse e não pode viver com ela, pelo tentativa de suicídio que ela cometeu ele também sente que ela queria deixá-lo e não se importa com ele e ela sumindo do mapa sem nenhuma explicacao em seguida pra ele foi só a prova e ele sente como se tivesse cometido algum erro que a levou a tal atitude e ele definitivamente ele ainda não superou nada e ainda é apaixonado por ela só não quer admitir e talvez ele tenha medo. Só quero saber a parte da Demi não sei se o que eu disse antes é verdade mas na minha cabeça faz todo sentido até aqui. Você voltou com tudo garota

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    1. seu comentário definou tudo! ambos vão se entender melhor depois de conversar, pois cada um ali vai se colocar no lugar do outro e sinceramente... estou ansiosa para escrever esse capítulo e já vou adiantando, está perto! ❤
      aaaaa obrigada, anjo.

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  3. Continua, bebê!!!

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